A Polícia Federal apreendeu mais de R$ 21 milhões em dinheiro vivo durante as eleições de 2024, uma cifra quatro vezes maior do que a registrada nas eleições de 2022 e oito vezes maior que a de 2020. A informação foi divulgada pelo diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.
Em comparação aos pleitos anteriores, os números chamam a atenção. Em 2020, foram apreendidos R$ 1,5 milhão, enquanto em 2022 o montante subiu para R$ 5 milhões. Além disso, este ano a PF também confiscou R$ 40 milhões em bens. A apreensão expressiva demonstra um aumento significativo no uso de recursos ilegais durante o período eleitoral.
Logo após o fechamento das urnas, no Centro de Divulgação das Eleições (CDE) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, comentou a situação. Segundo a ministra, o número elevado de apreensões é alarmante, mas ressaltou que a falta de dados concretos sobre o uso de dinheiro em eleições anteriores dificultava o combate eficaz a esses crimes.
“Isso é preocupante para todo mundo, mas nós não tínhamos antes dessa eleição dados concretos sobre dinheiros. Então, daqui pra frente, nós vamos nos esmerar, Ministério Público, as forças de segurança e o Judiciário para cada vez mais a gente ter dados”, disse Cármen Lúcia. Ela também destacou os esforços do ministro Luís Roberto Barroso, que vem trabalhando no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para aprimorar a coleta de estatísticas que facilitem a investigação e repressão desses delitos.
A criação de um núcleo de segurança para as eleições, instituído em junho deste ano, teve como objetivo melhorar a integração entre as forças de segurança, o Poder Judiciário e o Ministério Público, possibilitando uma apuração mais eficaz dos crimes eleitorais. As apreensões são vistas como um resultado direto desse esforço coordenado.
De acordo com a Polícia Federal, grande parte do dinheiro apreendido seria utilizado para compra de votos, prática que configura crime eleitoral. Dentre as apreensões, destaca-se o montante de quase R$ 5 milhões, encontrado no último sábado (5), na cidade de Castanhal, no Pará. Três suspeitos foram presos, e as investigações continuam em andamento.
Essa operação reforça a importância do combate à corrupção e à compra de votos, destacando o papel fundamental das autoridades em garantir a integridade do processo eleitoral.