Um incidente grave envolvendo um vereador e uma Unidade Básica de Saúde (UBS) em Minas Gerais está a gerar polémica e indignação. A Prefeitura local acusou o vereador de invadir a chamada “sala vermelha” — área destinada a atendimentos de emergência — durante o tratamento de um paciente em risco de morte. O caso, ocorrido na última segunda-feira (5 de fevereiro de 2025), foi denunciado pelas autoridades municipais, que classificaram a atitude do parlamentar como “irresponsável” e “um risco à vida do paciente”.
De acordo com a Prefeitura, o vereador, cujo nome ainda não foi divulgado oficialmente, teria entrado na sala de emergência sem autorização, alegando estar a fiscalizar o serviço de saúde. No entanto, a invasão ocorreu num momento crítico, em que uma equipa médica realizava procedimentos de urgência para estabilizar o estado de saúde de um paciente. A intrusão teria perturbado o trabalho dos profissionais e colocado em risco a vida da pessoa que estava a ser atendida.
Em nota oficial, a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que “a sala vermelha é um ambiente restrito e de extrema importância para salvar vidas. Qualquer interferência externa, especialmente durante um atendimento de emergência, é inaceitável e pode ter consequências graves”. A pasta ainda destacou que o caso será encaminhado às autoridades competentes para apuramento de responsabilidades.
O vereador, por sua vez, negou as acusações e afirmou que estava a cumprir o seu papel fiscalizador. Em declarações à imprensa, ele disse que “a população reclama da falta de estrutura nas UBSs, e eu estava lá para verificar as condições de trabalho e atendimento”. No entanto, testemunhas presentes no local relataram que a sua entrada foi abrupta e causou transtornos à equipa médica.
O Conselho Regional de Medicina (CRM) de Minas Gerais emitiu uma nota repudiando a atitude do parlamentar, reforçando que “a interferência em procedimentos médicos, especialmente em situações de emergência, é uma grave violação ética e pode configurar crime”. A entidade pediu uma investigação rigorosa do caso e medidas para evitar que situações semelhantes se repitam.
O incidente levantou debates sobre os limites da atuação dos parlamentares na fiscalização de serviços públicos, especialmente em ambientes sensíveis como os de saúde. Enquanto isso, a Prefeitura promete reforçar a segurança nas UBSs e garantir que os profissionais possam trabalhar sem interferências externas.