sex. dez 6th, 2024

Na década de 80 havia na garganta da nossa juventude um grito que não estava mais engasgado, era o fim da Ditadura Militar (1964-1985), finalmente podiam clamar nas ruas por eleições diretas para presidente do Brasil, governador, prefeito, senador, vereador, deputado federal e estadual e o direito do jovem de 16 e 17 anos ao voto. Esta foi uma das bandeiras defendidas pelo Movimento Estudantil Brasileiro, que era apoiado na época pela UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e a UNE (União Nacional dos Estudantes). Todo este clamor ajudou no resultado da Sétima Carta Magna do Brasil, a Constituição de 1988, que instituiu no Brasil as eleições diretas. O slogan da companha era “Se Liga 16!” que incentiva os jovens nesta faixa etária a irem às urnas escolherem seus representantes, através da eleição direta.

A seção de 2 de março de 1988 aprovava a ementa do então Deputado Hermes Zanetti (PMDB-RS) que legitimava o voto facultativo ao jovem de 16 e 17 anos, cerca de 600 jovens ocupavam as galerias e cantavam o Hino Nacional comemorando e convocando seus iguais a comparecerem as urnas. 

Pois bem, em outubro deste ano iremos novamente às urnas em mais uma eleição, e qual é a posição política da nossa juventude diante desse caos que o atual quadro político em que vivemos?  Desde aquele março de 88, já se passaram 30 anos e o que pode incentivar o nosso jovem a votar seria a esperança de uma renovação na política, ou melhor, dos políticos. Segundo pesquisa do TSE em 2012, o número de eleitores jovens dentro desta faixa etária caiu 30%. A desinformação, a falta de interesse e o pensamento pré-concebido de que não mudará muita coisa ir à urna, faz com que os jovens não tenham qualquer estímulo para participar das eleições.

Seria leviano não citar uma boa parte da nossa juventude que está engajada na política de uma maneira ativa e inteligente, porém, também há um grupo considerável de jovens, bem com toda população, que estão enxergando a política de uma maneira distorcida, uma grande polarização.  Pessoas que militam através das mídias sociais, cada um defendendo suas ideias, seus grupos, seus discursos e seus iguais e os políticos percebendo isso entram nessa militância prometendo ser um representante desses determinados grupos. Eis aí a grande questão: Afinal política é isso? Certamente não. O político deve representar o bem comum para a sociedade como um todo. 

A polarização nos discursos políticos entre os jovens não beneficia de maneira alguma nenhum deles, ao contrário lança uma cortina de fumaça em Brasília, e em meio a essa fumaça “surgem” habeas corpus, acordos obscenos são assinados, leis insanas são aprovadas e tudo isso faz com que esses maus políticos se perpetuem no poder.

 Ass.: Barbara Silva

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