Belo Horizonte (MG) – O governo de Minas Gerais confirmou nesta quarta-feira (17) a redução dos recursos destinados à Polícia Militar (PM) no orçamento estadual de 2025. A medida faz parte de um pacote de ajustes fiscais com o objetivo de equilibrar as contas públicas, mas levanta preocupações sobre os impactos na segurança da população.
Segundo o Circular Chefe do Estado, documento interno obtido pelo G1, o corte está relacionado a três fatores principais:
-
Crise fiscal: queda na arrecadação e aumento das despesas obrigatórias;
-
Repriorização de gastos: com foco em saúde e educação;
-
Reestruturação administrativa: busca por maior “eficiência operacional” nas forças de segurança.
Apesar de o governo garantir que as operações essenciais não serão afetadas, fontes internas da corporação indicam que áreas estratégicas podem sofrer com a redução orçamentária. Entre os setores que podem ser impactados estão:
-
Manutenção de viaturas e equipamentos;
-
Pagamento de horas extras e diárias;
-
Programas de policiamento comunitário, como o Patrulha da Paz.
“Qualquer redução em segurança é preocupante. Minas já enfrenta desafios como criminalidade organizada e fronteiras vulneráveis”, alerta o coronel reformado Carlos Almeida, ex-comandante do Comando de Policiamento Rodoviário (CPRV).
Repercussão
A decisão provocou reações imediatas entre diferentes setores:
-
🔴 Sindicatos policiais manifestaram preocupação com a sobrecarga dos agentes e a possível deterioração das condições de trabalho.
-
🟢 Governo estadual afirma que o efetivo da PM será mantido e promete otimizar os recursos disponíveis.
-
🔵 Especialistas em segurança pública recomendam atenção redobrada aos indicadores de criminalidade nos próximos meses.
Próximos passos
O detalhamento do orçamento deverá ser enviado à Assembleia Legislativa de Minas Gerais até o mês de maio. Enquanto isso, o governo estadual negocia com entidades representativas da PM para tentar mitigar os impactos da medida.
Uma das propostas alternativas em análise é o estabelecimento de parcerias com prefeituras, permitindo o custeio compartilhado de algumas ações e estruturas da segurança pública.
Crescimento da violência
O corte acontece num momento sensível: dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) indicam aumento de 8% nos roubos e 5% nos homicídios no último trimestre de 2024, reforçando os temores sobre os efeitos de uma eventual retração nas ações policiais.