qua. nov 13th, 2024
  
     Espetáculo teatral sobre violência contra a mulher e feminicídio vai integrar a agenda da campanha internacional “16 dias de ativismo                                                                              pelo fim da violência contra as mulheres”

Uma mulher é lançada do quarto andar pelo namorado que não aceitava o fim do relacionamento. Outra leva um tiro do marido por não largar o emprego. Uma terceira, que jurava ter se casado com príncipe encantado, é espancada por ele. A namorada do dono do morro é mantida por ele em cárcere privado. Histórias reais e impactantes, dores sem cor e classe social, compõem o texto do espetáculo “Por Elas”, que, após o sucesso da primeira temporada em agosto, volta à cena carioca, desta vez no Teatro de Arena da CAIXA Cultural RJ,

entre 5 e 20 de dezembro, de terça a domingo. Em paralelo ao espetáculo, nos dias 12 e 13 de

dezembro, serão realizados debates com profissionais que trabalham com a causa. A programação está em consonância com a agenda da campanha internacional “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres”, mobilização anual, praticada simultaneamente por diversos atores da sociedade civil e pelo poder público no enfrentamento à violência de gênero. Mundialmente, a campanha se iniciará em 25 de novembro, Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, e vai até 10 de dezembro, Dia Internacional dos

Direitos Humanos, passando por 6 de dezembro, Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.

A nova temporada mantém o objetivo primordial do espetáculo provocar a reflexão e

estimular o debate sobre os direitos humanos e a equidade de gênero, cooperando para a

prevenção e o enfrentamento da violência doméstica e do feminicídio na sociedade. Originada

de retalhos de histórias reais, a dramaturgia de “Por Elas”, dirigida por Sílvia Monte, com texto

de sua autoria em parceria com o advogado e dramaturgo Ricardo Leite Lopes, passeia pelo

épico e pelo dramático, pelos tempos presente e passado. Cada uma das sete personagens

femininas carrega histórias de outras tantas mulheres brasileiras. A figura masculina – evocada

pelas lembranças das mulheres – provoca a reflexão do que o homem representa para elas

dentro desse universo perverso de “amor e ódio”, “submissão e poder”, das relações entre

mulheres e homens, numa sociedade patriarcal que estimula o machismo.

“A questão da violência contra a mulher é um tema que não pode deixar de ser

pensado na arena da dramaturgia brasileira. O teatro, ao representar os conflitos e as

ambiguidades do humano, acolhe e aproxima – de forma menos cruel – as pessoas da realidade.

O espetáculo se propõe a ser um espaço de comunicação, sensibilização e visibilidade para o

fenômeno da violência de gênero. Precisamos pensar sobre essa questão, e o teatro é um lugar

ideal para atingir mentes e corações”, defende Sílvia Monte, diretora do espetáculo e

idealizadora do projeto.

O elenco é formado por Adriana Seiffert, Ana Flávia, Deborah Rocha, Elisa Pinheiro,

Gisela de Castro, Letícia Vianna, Renata Guida, Rosana Prazeres, João Lucas e Lucas Gouvêa.

“Por Elas”, desde as suas primeiras apresentações, ainda sob a forma de leitura

dramatizada, e com a realização da primeira temporada do espetáculo, reuniu um público em

 torno de 2300 pessoas. Na recente temporada, realizada em agosto na Sala Multiuso do CCMJ –

Centro Cultural do Poder Judiciário e Museu da Justiça, o espetáculo foi visto por um público

diversificado de 1.100 pessoas em 20 sessões, provocando reflexão e levando diversas

mulheres a procurarem as atrizes e a diretora para falar de casos de violência doméstica que

vêm sofrendo, como assédio, exploração sexual, estupro, tortura, violência psicológica,

agressões por parceiros ou familiares e perseguição.

Os estudos e pesquisas para a elaboração da peça partiram de fontes diversas:

processos judiciais, teses, artigos, estatísticas, notícias veiculadas nas mídias. Em paralelo a isso,

foram realizados encontros com profissionais do direito e da saúde que trabalham com

mulheres vítimas de violência doméstica, e a escuta de relatos de pessoas conhecidas, colegas,

amigas e familiares.

Marcada pela simplicidade de elementos, a cena proposta por Sílvia Monte está

disposta em arena e ambientada apenas por bancos. As relações que se formam entre épico e

dramático, passado e presente, homem e mulher, indivíduo e grupo, elenco e público, são

demarcadas basicamente pelo desenho de cena, interpretação, luz e trilha. A cena é conduzida

pelos dois vetores que sustentam a dramaturgia: de um lado, os relatos, permeados de

violência; e do outro, a relação ambígua que se estabelece no grupo de mulheres, unidas na dor

e na vergonha de serem maltratadas pelos seus parceiros.

A ficha artística é composta por mulheres: Luci Vilanova assina o figurino que dialoga

com a economia de elementos, equaliza o grupo de mulheres e ao mesmo tempo individualiza

cada uma delas nos pequenos detalhes da indumentária; Ana Luzia de Simoni é responsável

pela iluminação que uniformiza, compartimenta e dramatiza a cena; Maíra Freitas cria a trilha

com músicas originais inspiradas a partir de elementos sonoros das histórias dos personagens.

ELENCO

Adriana Seiffert / Elisa Pinheiro [DANIELA]

Ana Flávia [ÂNGELA]

Deborah Rocha [MÔNICA]

Gisela de Castro [SANDRA]

Letícia Vianna [MARIANA]

Renata Guida [IEDA]

Rosana Prazeres [JOSILENE]

João Lucas / Lucas Gouvêa [HOMEM]

Laura Nielsen [Stand in]

FICHA ARTÍSTICA E TÉCNICA

Sílvia Monte [Texto e Direção]

Ricardo Leite Lopes [Texto]

Luci Vilanova [Figurino]

Ana Luzia de Simoni [Iluminação]

Maíra Freitas [Trilha Sonora Original]

Anderson Cunha [Diretor Assistente]

 Monique Rosas [Assistente de Figurino]

Cris Ferreira [Operação de Luz]

Ananda Amenta [Operação de Som]

Nena Braga [Identidade Visual]

Marcelo Carnaval [Fotografia]

Sheila Gomes / Sara Paixão [Assessoria de Imprensa]

Ana Righi e Aline Miranda [Redes Sociais]

PRODUÇÃO

Grace Rial e Ramon Roque [Produção Executiva]

Juliana Gonçalves [Assistente de Produção]

Natália Thiago [Agendamento de Grupos]

OURO VERDE PRODUÇÕES

Direção de Produção [Anacris Monteiro]

Marcos Monteiro [Assistente de Produção]

IDEALIZAÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL

Sílvia Monte

APOIO CULTURAL

Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro

Centro Cultural do Poder Judiciário – Museu da Justiça

CAIXA Cultural RJ

SERVIÇO

TEATRO

POR ELAS, de Sílvia Monte, texto e direção, Ricardo Leite Lopes, texto. Um grupo de mulheres

desconhecidas entre si que, em comum, têm a violência na sua vida amorosa, está reunido para

falar sobre suas histórias. Conforme os relatos vão acontecendo, os conflitos, preconceitos, a

dor e a própria violência surgem no grupo. Com Adriana Seiffert, Deborah Rocha, Elisa Pinheiro,

Flavia Botelho, Gisela de Castro, Letícia Vianna, Renata Guida, Rosana Prazeres, João Lucas,

Lucas Gouvêa. Classificação indicativa: 14 anos. Duração: 80 min. De 5 a 20 de dezembro, de

terça-feira a domingo, às 19h. Ingressos: R$15,00 (meia) e R$30,00 (inteira), CAIXA Cultural RJ 

Teatro de Arena, Av. Almirante Barroso, 25 – Centro (Metrô e VLT: Estação Carioca), lotação:

226 lugares (mais 4 cadeirantes); bilheteria, de terça-feira a domingo, das 13h às 20h.

POR ELAS – AGENDAMENTO DE GRUPOS

TEMPORADA CAIXA Cultural RJ

Natália Thiago

(21) 99257-0168

porelasagendamentos@gmail.com

DEBATES

“POR ELAS e COM ELAS – No enfrentamento à violência de gênero”.

12/12, quarta-feira

TEMA: “Violência contra as mulheres, ciclo da violência e feminicídio”

Ministrantes: 

Claudia Moraes *, Major da Polícia Militar PMERJ. Mestra em Ciências Sociais UERJ . Pós-

graduada em Gênero e Direito na EMERJ. Desde 2012 é Coordenadora dos Conselhos

Comunitários de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro e subcoordenadora de

Cmunicação Social da PMERJ.

Flavia Vastano *, especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental do Estado do Rio

de Janeiro e analista no Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro.

* Autoras do Dossiê Mulher 2018, Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro.

13/12, quinta-feira

TEMA: “Mulheres – Equidade de gêneros, direitos humanos e cidadania”

Ministrantes: Jacqueline Pitanguy, socióloga e cientista política, fundadora e diretora executiva

da ONG CEPIA – Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação; Presidente do Conselho Diretor do

WLP, Women Learning Partnership for Rights, Development and Peace.

Schuma Schumaher, pedagoga e ativista feminista, Coordenadora Executiva da ONG REDEH –

Rede de Desenvolvimento Humano e integrante da Articulação de Mulheres Brasileiras.

Das 17h às 18h30, classificação indicativa: 14 anos; GRÁTIS, com distribuição de senhas uma

hora antes. CAIXA Cultural RJ – Cinema, Av. Almirante Barroso, 25 – Centro (Metrô e VLT:

Estação Carioca) Lotação: 80. Entrada franca com distribuição de senhas 1h antes.

By